Para a população negra, trançar o cabelo é mais do que um código estético, é herança de uma história de resistência, resiliência e ancestralidade, passada entre mulheres, geração após geração. E anos de preconceito fizeram com que grande parte das mulheres com cabelos crespos e cacheados alisassem as madeixas a fim de fazerem parte do padrão exigido por uma sociedade historicamente racista.
Para a historiadora Andrezza Tavares, “mulheres pretas têm se empoderado e feito dos seus corpos, templos, têm cuidado mais de si. Com isso muitas estão passando pela transição capilar, e para não abalar a autoestima com duas texturas têm utilizado métodos como as tranças”.
Existem diversos modelos de tranças afro. Temos nagô (que são aquelas coladinhas na cabeça), entrelace ou crochet braids (que na verdade são como se fosse implantes, só que costurados em trança nagô), tranças soltas ( também conhecidas como rasta ou box braids) e twists (ou baião/trança de dois) que são como as tranças soltas, porém feitas com duas mechas ao invés de 3, entre outras. Essas são as mais comuns, mas dentre essas, a mais utilizada ainda são as tranças soltas. O processo de transição fica bem mais fácil com qualquer uma das tranças, principalmente com as que duram por mais tempo (como as tranças soltas e o entrelace), que duram em média de 60 a 90 dias. Explica a trancista Esther Ferreira.
Ao usar box braids na transição capilar, você não vai precisar ficar se preocupando em texturizar a parte alisada. Elas são uma opção menos radical para passar de fios quimicamente tratados para o natural sem ficar com os cabelos curtos do big chop. Além de ajudar no desenvolvimento do cabelo sem danificar.
Para sair por aí desfilando com suas estilosas box braids na cabeça, é preciso saber primeiro que é fundamental passar por uma avaliação capilar para ver como anda a saúde dos fios. Segundo a hairstylist também é preciso estar preparada e ter tempo e paciência, pois a aplicação das tranças porém leva aproximadamente de 5 a 10 horas.
“As box braids necessitam de cuidados especiais durante a lavagem. Use produtos sem fontes químicas e não coloque nenhum creme por longa duração nos fios. Na hora de dormir, a dica é usar uma touquinha de meia fina ou de cetim para ajudar as tranças a não embolarem e evitar o frizz na parte dos fios que estão ao natural” Explica Esther.
Melissa Sousa de 23 anos, alisou seu cabelo durante 11 anos de sua vida e conta que quando parou foi libertador “Desde pequena nunca soube como cuidar do meu cabelo, e na família sempre diziam que o cabelo liso era mais bonito, que meu cabelo era duro, e que tudo bem ter o cabelo ruim eu era bonita de corpo então era só alisar o cabelo e ficava tudo certo. O pior é que não ficava liso, meu cabelo é crespo, então sempre que passavam alisante, aquela tortura que queimava minha cabeça, não adiantava continuava cheio, parecia um capacete, quando fiz 19 anos decide que aquio não era o que eu queria, estava praticamente careca”.
E completa “ Comecei usando o entrelace, e toda vez que ia fazer manutenção cortava um pouco do liso, usei o crochet e também as box e twister. Hoje meu Black ta lindo. Me aceito exatamente como sou e adoro usar dos outros métodos inclusive laces. Nós podemos ser exatamente quem queremos e como queremos sem pressão externa.
Box braids
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