Com hospital superlotado, grávidas esperam até 7 horas por atendimento no Hmib, no DF
Gestante que chegou à unidade já com bolsa rompida aguardou quatro horas. Secretaria de Saúde informou que demanda foi ‘pontual e inesperada’, mas que escala de profissionais estava adequada ao atendimento de pacientes.
Grávidas que procuraram o Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), nesta quinta-feira (13), afirmam que a unidade está superlotada e que a espera passa de 7 horas.
A gestante Hérika dos Santos Fidelis, de 19 anos, que espera o primeiro filho, afirma que chegou na unidade de saúde por volta das 16h, já com a bolsa rompida e contrações. Só foi chamada às 20h45.
“Estou andando com ela, fazendo todo procedimento que deve ser feito e tentando manter a calma. Tem outras mães que chegaram bem antes. Tem uma grávida que recebeu pulseira verde e está desde às 15h esperando”, conta Robervândia dos Santos Fidelis, mãe de Hérika.
Grávidas enfrentam Hmib superlotado nesta quinta-feira (13), no DF — Foto: Reprodução
Na noite desta quinta, também não havia cadeiras suficientes para mulheres e acompanhantes na unidade de saúde. “Em situação de pandemia, não tem nem cadeira para uma gestante sentar. Nenhum ser humano merece passar por isso”, continua Robervândia.
Em nota, a Secretaria de Saúde do DF informou que houve “aumento na demanda” do hospital, “devido às pacientes que buscaram a unidade espontaneamente e também por conta da realização de muitos partos”.
“A direção do Hmib esclarece que a escala estava adequada ao atendimento de pacientes da região, incluindo os de rotina, e que a demanda recebida foi pontual e inesperada. Havia três médicos atendendo aos pacientes de porta, que é um número adequado para o atendimento da unidade”, diz trecho do comunicado.
Bruna Maria da Silva Chaves, de 32 anos, aguardou atendimento por quase 7 horas no Hmib — Foto: Arquivo pessoal
Gestante de de 41 semanas, Bruna Maria da Silva Chaves, de 32 anos, estava preocupada com a pulsação do bebê.
“Acho um descaso. Troca o plantão e tem gente que não foi atendida de outros plantões. É sem noção. No meu caso, preciso ter um posicionamento da minha dilatação, do meu trabalho de parto, se vai precisar ter indução, como está minha bebê. É um descaso com a sociedade”, reclama.