Deputados distritais derrubam veto do governo e liberam porte de arma para caçadores no DF
Por 14 votos favoráveis, atiradores desportivos, caçadores e colecionadores foram autorizados a portar armamento e munição, ‘mesmo fora de competições’. Ibaneis Rocha (MDB) havia vetado lei.
A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) derrubou, nesta terça-feira (8), o veto do governador Ibaneis Rocha (MDB) à lei que garante porte de arma de fogo a colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs). A medida dá direito de portar o armamento e munição, mesmo fora de competições.
Ao todo, 14 deputados distritais votaram pela derrubada do veto. Houve ainda duas abstenções e dois votos a favor da manutenção do veto.
O que diz a nova lei
O Projeto de Lei 2.131 de 2018, de autoria de Rodrigo Delmasso (Republicanos), foi vetado pelo governador em janeiro de 2021. Segundo o governador, o deputado “usurpou a competência normativa da União, legislar sobre material bélico e sobre direito penal”. A previsão consta na Constituição Federal, segundo justificativa de Ibaneis.
Delmasso festejou a derrubada do veto. “Isso sim é reconhecimento à liberdade de cada cidadão, cidadã que escolheu ser CAC [colecionador, atirador e caçador] e ter a liberdade de ir e vir com a sua arma”, disse ele.
“Para receber título de CAC, tem que passar por rigoroso processo de avaliação e teste. Não é qualquer pessoa que consegue ser CAC. Quem tem esse título é porque foi muito bem avaliado e passou em todos os testes que a legislação determina”, defendeu Delmasso em plenário.
Para o deputado, os caçadores “não são irresponsáveis e não são responsáveis pelo aumento da violência no Brasil”. Segundo ele, a violência se deve “ao câmbio negro das armas que entram pela Venezuela, pela Colômbia, que entram por países que fazem fronteira com o Brasil”.
Desde maio do ano passado, um decreto do presidente Jair Bolsonaro (PL) permite que atiradores desportivos andem com as armas, de casa até o local onde praticam o esporte.
O atirador desportivo é a pessoa física com certificado de registro (CR) do Exército, que pratica, habitualmente, o tiro como esporte. A habitualidade é cobrada pelo Exército Brasileiro para a manutenção do CR e demais atividades ligadas a ele, tais como aquisição de armas ou insumos.
Veja como votaram os deputados
- Agaciel Maia (PL): a favor do projeto
- Arlete Sampaio (PT): contra o projeto
- Chico Vigilante (PT): a favor do projeto
- Cláudio Abrantes (PDT): a favor do projeto
- Daniel Donizet (sem partido): a favor do projeto
- Fernando Fernandes (PROS): a favor do projeto
- Rodrigo Delmasso (Republicanos): a favor do projeto
- Eduardo Pedrosa (DEM):a favor do projeto
- Fábio Felix (PSOL): contra o projeto
- Hermeto (MDB): faltou
- Iolando (PSC): a favor do projeto
- Jaqueline Silva (PTB): a favor do projeto
- João Cardoso (Avante): faltou
- Jorge Vianna (Podemos): faltou
- José Gomes (PTB): faltou
- Julia Lucy (Novo): a favor do projeto
- Leandro Grass (REDE): absteção
- Martins Machado (Republicanos): faltou
- Prof. Reginaldo Veras (PDT): abstenção
- Rafael Prudente (MDB): a favor do projeto
- Reginado Sardinha (Avante): faltou
- Robério Negreiros (PSD): a favor do projeto
- Roosevelt Vilela (PSB): a favor do projeto
- Valdelino Barcelos (PP): a favor do projeto
Cerrado News/ Com as informações Agência Brasil