Doulas, o que são? quem são? e onde habitam?
Não são parteiras, nem enfermeiras obstetras, e sim profissionais que acompanham a gravidez antes durante e depois, dando apoio, dicas, além de técnicas para o parto amamentação e puerpério
Doula significa “mulher que acompanha”, o que explica a função de acompanhar o antes, durante e após o parto da nova mamãe.
Gabriela Martins, 24 anos que trabalha com as redes sociais, decidiu ter uma doula para acompanhar toda a sua gravidez que não foi planejada, “Sou mãe de primeira viagem e sei que bebês dão trabalho, desde o dia que sabemos que eles estão dentro da gente, enjôos, o corpo, a saúde, o parto, a amamentação, o puerpério, tudo é novo e deve ser tratado com delicadeza e com alguém te acompanhando e te deixando ciente de tudo que vai e pode acontecer é essencial”.
Apesar de não ser profissional de saúde, a sua atuação facilita a existência de um parto mais humanizado, já que é comum que a mulher se sinta desamparada neste momento. Além disso, é comum que as doulas defendem o parto mais natural possível, como mínimo de intervenções médicas.
O trabalho das doulas possui regulamentação específica para atuação dentro dos hospitais da rede pública de saúde do Distrito Federal. Desde o dia 11 de novembro de 2020. Foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), a Portaria nº 868, em que a Secretaria de Saúde do DF estabelece as permissões, vedações e dispositivos gerais para ampliar o escopo de atuação das doulas. A Lei nº 11.108/2005 garante às parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. O acompanhante pode ser o pai ou outra pessoa escolhida pela gestante. Além do acompanhante, muitas mulheres optam também pela presença de uma doula para auxiliá-las.
Raquel Oliva, 34 anos, é doula “embora a doula seja a pessoa de maior confiança da gestante, existe um limite para sua atuação, tanto do ponto de vista médico quanto ético. A gestante precisa estar consciente das limitações, minha profissão tem o objetivo de proporcionar experiências positivas e respeitosas a bebês que chegam ao mundo além de impactar positivamente as famílias neste momento tão especial” Conclui a profissional
Antes do parto, sua principal tarefa é oferecer informações sobre o parto para a futura mamãe. Sugere leituras, esclarece as dúvidas, auxilia na montagem do plano de parto e prepara a mulher para o grande momento, ensinando exercícios e posições para diminuir as dores.
Durante o trabalho de parto, a doula permanece ao lado da mulher o tempo todo. Atua com massagens, auxilia na movimentação, sugere posições, encoraja a mãe. Além disso, ajuda o parceiro a se envolver e participar ativamente do momento.Também informa o casal sobre todos os procedimentos, sendo uma “ponte” entre os futuros pais e a equipe médica. Depois do nascimento, a profissional continua apoiando a família, principalmente nos cuidados com o bebê e a amamentação.
Entretanto, é importante lembrar que, apesar da capacidade e preparo para realização de partos, a doula não tem conhecimentos suficientes para intervir caso surja complicações ou situações que ponham em risco a saúde da mãe ou do bebê, por isso, é recomendado que nenhum parto aconteça sem a presença do profissional de saúde, como obstetra, pediatra e enfermeiro.
Em um documento disponibilizado pela Câmara dos Deputados, com resultados de um trabalho organizado por Maíra Libertad Soligo Takemoto — enfermeira, pesquisadora e doutora em Ciências Médicas —, há evidências científicas que comprovam os benefícios do acompanhamento à gestante.
De acordo com o material, intitulado Doulas: definição e benefícios segundo as evidências científicas, o apoio durante o trabalho de parto promove as seguintes vantagens:
- trabalhos de parto em menos tempo;
- experiência de parto mais positiva e satisfatória;
- partos menos dolorosos;
- menos cesáreas desnecessárias;
- menor risco de parto com fórceps;
- recém-nascidos com menos dificuldades respiratórias;
- menor risco de depressão pós-parto;
- início mais imediato da amamentação.
Se você está procurando por uma, a maioria trabalha nas redes privadas de maternidade, mas parte delas tem blog’s, sites ou fanpages. E hoje, o Sistema Único de Saúde (SUS) conta com a presença das profissionais.