A importância da humanização médica diante a crise sanitária
A estimativa é que o no Brasil, um profissional da saúde morra a cada 19 horas
No mês que vimos os números de mortes pelo Coronavírus baterem recorde, concluímos um ano de luta contra o vírus, vacinas se tornam escassas e vencer o vírus está cada vez mais difícil. Os profissionais de saúde foram às redes relatarem as rotinas intensas e o trabalho exaustivo. O Ministério da Saúde estima que mesmo diante a vacinação do Covid-19 em andamento, a cada 19 horas um médico morra em decorrência da pandemia. Além disso, a síndrome de burnout tem acometido ainda mais profissionais da saúde.
Em meio às rotinas desgastantes, médicos tentam suavizar o atendimento e humanizar seu trabalho nas condições atuais. Há 10 anos, o Ministério da Saúde estimula práticas humanistas com o Plano da Humanização da Saúde, ou Humaniza SUS. Dentre as diretrizes do plano estão a escuta ativa dos profissionais de saúde a beira leito e de práticas integradas à rotina médica, como a promoção de um ambiente saudável para a prática laboral.
Diante do colapso do sistema de saúde brasileiro, ter o médico à beira do leito nunca se fez tão importante para a humanização do tratamento e a melhora no quadro clínico. Médica Intensivista há 16 anos, Clarice Costa, dona de um sorriso largo que cativa os pacientes, entra na UTI chamando seus pacientes de príncipes e princesas. Segundo a colega de profissão, Gabriela Mota,29,”Clarice é uma inspiração, ela sempre está presente e tenta humanizar o máximo possível do seu trabalho, ela leva o coração à beira do leito”.
Foi com esse pensamento que Clarice inseriu toda sua paixão pela medicina, sua experiência e a vontade de ficar mais tempo com o paciente que ela desenvolveu o aplicativo Roundover. “Com ele podemos atualizar as informações do paciente em tempo real, todas as observações podem ser incluídas facilmente e imediatamente. Assim, evita-se que informações vitais se percam”, explica.
Gabriela Miote, utiliza o aplicativo desde o lançamento e diz que o aplicativo poupa tempo e que a comunicação entre os médicos foi fortalecida. A médica, conta que decidiu seguir a carreira justamente por se inspirar no médico da família “Quando era pequena minha família tinha um médico de confiança, que embora fosse clínico geral cuidava de todos. Eu ficava surpresa como ele conseguia guardar nossos dados na memória. Hoje na UTI, o aplicativo funciona como a minha memória, para que eu possa ouvir e auxiliar meus pacientes, tomar decisões de forma rápida, assertiva e que toda a equipe médica esteja ciente do procedimento”, explica.
Além disso, o aplicativo já fornece cálculos de medicamentos, a possibilidade de anexar exames, métricas de ventilação, procedimentos realizados, grau de nutrição e de como o medicamento está sendo ministrado. Tudo isso de forma organizada, fácil e intuitiva. Economizando tempo do médico ao preencher formulários, assim o paciente recebe mais atenção durante a visita multidisciplinar.