Mariana Sobrinho, musicista e educadora musical em Brasília, de 23 anos, resolveu criar o podcast como uma resposta para o tédio “Estava em um momento de desestabilização projetos pessoais interrompidos. O nome “Mais Um Rolê” vem da ideia de que, ao longo da quarentena, o tempo extra em casa nos faz buscar novas atividades, novos hobbies, novos “rolês”. Nesse sentido, o podcast veio como “mais um rolê” para tentar atravessar os momentos de angústia e ansiedade durante o isolamento”.
A cantora conta que o contexto da pandemia forçou a paralisação e causou atraso em seu progresso acadêmico. As aulas foram transferidas para o modelo do ensino à distância e ocorreram algumas lacunas na oferta de disciplinas que desorganizaram seu fluxo acadêmico. Além disso, tornou-se impossível a realização de shows musicais pelo DF. Então, muito do que a cantora vinha trabalhando em sua vida foi cortado de uma hora pra outra e se viu com bastante tempo livre.
Resolveu então entrar na tendência dos podcasts dos últimos anos e aproveitar desse gênero de criação do conteúdo para criar conteúdos e começar conversas que girassem em torno das suas percepções pessoais sobre a carreira de artista independente. Então, em um primeiro momento, os episódios tinham a proposta de ser desabafos de uma artista sofrendo com as características e repercussões da profissão.
Começou como um podcast para poder falar à vontade sobre o que quisesse. Assuntos relacionados à música e à arte, a ansiedade e auto avaliação, com processos de criação e questionamento sobre as condições de trabalho.
Eventualmente, convidou amigos e colegas do meio para conversar e entrevistar. Com o tempo, o podcast foi desenvolvendo a função de trazer o trabalho de mais artistas do DF para a vista de mais pessoas e divulgar projetos que estão ocorrendo na cidade.
O podcast e suas memórias
A equipe por trás da produção conta com Hélio Santana na edição de áudio, Darã Maia na edição de vídeo e Mariana Sobrinho na roteirização, apresentação e gestão de distribuição e mídias sociais. Toda segunda às 18h, lançam episódios com convidados. Acostumaram a conversar sobre a carreira do convidado, sobre ser artista e trabalhar no espaço do DF lidando com as características da organização da cidade, entre outros assuntos que permeiam o que a profissão significa.
Mariana conta sobre suas entrevistas “Dentre os convidados, já tive a chance de entrevistar diversos perfis e conversar sobre diferentes gêneros. Recebemos músicos do choro, do trap, do rock autoral do DF e até de música tribal cigana. Uma das entrevistas que mais gostei de fazer foi com o professor da Universidade de Brasília Alexei Alves, na qual falamos sobre o projeto Volta ao Mundo, uma disciplina do departamento de música que toca um repertório de mais de 20 países. Foi muito interessante registrar e divulgar para fora da faculdade a importância da pesquisa desse projeto e sua relevância social”.
Outra entrevista que a marcou foi com a Rafa Flor Furacão, “Uma artista travesti aqui do DF que contou pra gente as dores e delícias de se expressar e ser quem é. Ela é uma artista sensacional e ao longo do episódio, nós discutimos questões muito relevantes sobre a presença trans nos espaços sociais. Achei maravilhoso, muito didático e poderoso esse papo”.
Às sextas-feiras, são lançados episódios de monólogo, com cerca de 10 minutos, no qual se trata de algum assunto pessoal relacionado às suas vivências artísticas. “São reflexões muito próprias totalmente aliadas à minha perspectiva enquanto artista, estudante, mulher e ansiosa convivendo com as alegrias e dores de viver e trabalhar em Brasília”.
O que de mais gostoso há no podcast para a artista é a troca de experiência com os entrevistados. “Quando eu converso sobre minhas histórias e exponho algumas vulnerabilidades, recebo diversos feedbacks e mensagens que me aliviam o sentimento de solidão em Brasília. Acredito que quando converso sobre situações que me doem especialmente por trabalhar com arte, as pessoas se identificam e refletem sobre questões que inevitavelmente são comuns a todos nós. Gosto muito de conversar sobre coisas desconfortáveis pra mim, porque no momento em que se fala em voz alta pela primeira vez, uma conversa é iniciada e, possíveis saídas e soluções podem ser encontradas”.
Sobre Mariana
A artista começou a tocar violão e a estudar sozinha pela internet com 13 anos. Com 17 anos, começou a fazer aulas em uma escola particular e desde então, aprofundou mais e mais na música. Ingressou na Escola de Música de Brasília e no curso de licenciatura em Música na UnB. Segue estudando para se tornar professora e, também, tocando por Brasília, conforme as possibilidades que o atual contexto pandêmico oferece.
Para acompanhar os episódios, procure por “Mais Um Rolê” nas plataformas digitais de distribuição. O podcast está disponível no Spotify, Deezer, Google podcasts e no YouTube também. Para acompanhar os episódios, bastidores, notícias e para também assistir os episódios audiovisuais, siga @maisumrolepodcast no Instagram.
Redação CerradoNews/
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