Hospital Materno Infantil de Brasília, localizado na avenida L2 Sul, quadra 608 — Foto: Ricardo Moreira / G1 Depois da Secretaria de Saúde restringir parte do atendimento no Hospital Materno Infantil (Hmib) após o surto de uma bactéria multirresistente – que vem infectando recém-nascidos da unidade desde o dia 8 de julho – a maternidade pública também informou, nesta quarta-feira (21), que há uma infestação de piolho de pombo no centro cirúrgico da unidade. Os ácaros, que medem de 1 a 11 milímetros, foram encontrados na tarde desta terça-feira (20), durante uma cirurgia, inclusive na luva do médico responsável pelo procedimento, o que apresenta risco de infecção no paciente. A infestação pode provocar vermelhidão na pele, coceira e pequenos inchaços. De acordo com o documento que o Hmib enviou à Secretaria de Saúde, no dia 7 de julho “foi observado dentro da Sala 4 do centro cirúrgico muitos piolhos que estavam entrando por vidro solto na referida sala de cirurgia”. “No dia 8 de julho foi realizada manutenção do vidro, que foi selado, e realizada a dedetização do corredor interno e salas de cirurgia eletiva”, diz notificação. No entanto, o hospital também solicitou à pasta a dedetização das outras salas de cirurgia do setor, que não foram feitas na data, por haver pacientes em atendimento no local. Depois dos piolhos encontrados no centro cirúrgico, a Secretaria de Saúde fechou o departamento do Hmib, que permanece bloqueado até as 19h desta quinta-feira (22), para a realização de “limpeza terminal, dedetização, vedação das janelas e colocação de telas para evitar que os pombos façam ninho”. Durante esse período “todas as cirurgias de emergência serão encaminhadas para o Centro Obstétrico Cirúrgico”. Nesta terça-feira, a Secretaria de Saúde também restringiu, parcialmente, o atendimento no Hmib, após um surto de uma bactéria multirresistente. De 25 bebês internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, seis foram diagnosticados com o problema. De acordo com a pasta, a restrição vale apenas para “a internação de gestantes cujo perfil caracterize necessidade de assistência na UTI Neonatal”. Segundo a SES-DF, as pacientes recebidas na emergência da unidade “continuam sendo atendidas normalmente”. O presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM-DF), Farid Buitrago, disse que a situação é muito grave. “Esse tipo de bactéria pode causar infecções graves tanto nos recém-nascidos, quanto nas puérperas e nas gestantes que se encontram na unidade. As providências tomadas devem ser drásticas inicialmente, com isolamento da população infectada e utilização de alguns antibióticos específicos para o tratamento desse tipo de bactéria”, afirma. Já houve outros casos de superbactéria no Hmib nos últimos anos. Em 2014, em 2015 e em 2017 o hospital passou por esse tipo de problema. Neste último ano (2017), um bebê morreu contaminado com uma bactéria multirresistente.