A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso emergencial de coquetel dos medicamentos casirivimabe e imdevimabe para o tratamento da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
A liberação ocorreu nesta terça-feira (20/4), após reunião da diretoria colegiada da agência. Os remédios são produzidos pela empresa Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos. A documentação com o pedido foi entregue no começo do mês.
Segundo a Anvisa, o uso desses medicamentos será restrito a hospitais e só poderá ser adotado em pacientes acima de 12 anos que possuam mais de 40 kg.
Os estudos mostram que o uso do coquetel reduziu em 70,4% o tempo de internações e o número de mortes em pacientes ambulatoriais sintomáticos. Segundo o laboratório, a medicação funcionaria como um coquetel de anticorpos.
“O uso reduziu a carga viral, o que é um achado importante. O perfil de segurança também teve boa aceitação”, explica Gustavo Mendes, gerente da Gerência Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa.
O medicamento foi autorizado para uso emergencial pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, após apresentar resultados satisfatórios em pacientes com sintomas leves e moderados da Covid-19. O mesmo ocorreu em países europeus.
A combinação dos fármacos casirivimabe e imdevimabe, chamados de anticorpos monoclonais, é usada para tratar câncer e doenças autoimunes. A criação dos anticorpos acontece a partir de uma única célula e, em seguida, eles são clonados em laboratório.
Esses medicamentos são baseados nos anticorpos criados naturalmente pelo sistema imunológico do corpo, embora sejam frequentemente modificados para uma maior eficácia e segurança.
A agência considerou que o momento atual da pandemia e a qualidade da documentação do pedido sustentam a liberação do uso do coquetel. Contudo, a farmacêutica deverá abastecer a Anvisa com novos relatórios para ancorar a decisão.
A diretora da Anvisa, Meiruze Freitas, destacou que a liberação do coquetel durante a emergência em saúde é uma forma de aumentar a possibilidade de tratamento.
“Os pareceres técnicos são emitidos por equipes multidisciplinares e por servidores capacitados da Anvisa”, frisou, ao defender os critérios de eficácia e segurança dos remédios.
Saiba como o coronavírus ataca o corpo humano:
Yanka Romao/Metrópoles
Em 12 de março, a Anvisa liberou Rendesivir para tratar Covid. O antiviral foi o primeiro medicamento aprovado para uso em pacientes hospitalizados. Ele não é vendido em farmácias.
Com o registro, o Rendesenvir é administrado via injetável e exclusivamente em hospitais. A medida é para que o paciente seja monitorado. Segundo a agência reguladora, o remédio não cura, mas reduz o tempo de internação.
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