Sintomas desta causa são pouco discutidos e a condição ainda é subdiagnosticada. O que traz desconforto e afeta a autoestima além de impactar a qualidade de vida da mulher
Por questões culturais, constrangimento e receio muitas mulheres têm medo de falar sobre a saúde íntima da mulher. Com o passar dos anos, durante o climatério, essa situação pode ficar ainda mais complexa. A atrofia vaginal, também conhecida como vaginite atrófica, ocorre quando há o afinamento e a inflamação das paredes vaginais devido ao declínio do hormônio estrogênio, que deixa de ser produzido pelos ovários.
“A atrofia vaginal é um dos sintomas da pós-menopausa que, geralmente, acomete as mulheres a partir dos 50 anos de idade. Entre os sinais mais comuns estão a secura, queimação, irritação, coceira e dor durante a relação sexual. É preciso ter consciência sobre essa doença e saber que existe tratamento”, destaca o ginecologista, Luciano Pompei.
O diagnóstico da atrofia vaginal é feito por meio da avaliação dos sinais e sintomas e exame ginecológico. “Uma das questões que dificultam o diagnóstico assertivo da atrofia vaginal é o fato de muitas mulheres acreditarem que os sintomas são parte natural do envelhecimento, e isso não é verdade. A vergonha de falar sobre o assunto, também costuma ser uma barreira para o tratamento. Sentir dor durante a relação sexual, por exemplo, não é normal. Todo e qualquer sintoma relacionado à saúde da vagina deve ser relatado aos profissionais de saúde”, afirma o especialista.
No Brasil existem diversos tratamentos disponíveis para esta condição. Entre eles, lubrificantes vaginais sem ingredientes hormonais ativos, hormônios na forma de creme vaginal ou óvulos e comprimido de estradiol, lançado recentemente. “Trata-se de um comprimido, intravaginal, que proporciona uma liberação gradual e controlada do estradiol (um tipo de estrogênio que o corpo produz) nas células da mucosa vaginal. É um tratamento seguro e eficaz de longo prazo. Quanto mais cedo for iniciado, melhor para a paciente“, explica o especialista.
O medicamento deve ser administrado, com orientação médica, em três etapas:
Na primeira e segunda semana de uso é necessária uma aplicação diária do comprimido, já no período de manutenção, a aplicação é mais espaçada, duas vezes por semana.
Madalena Josefa de 54 anos, sofre de menopausa, mas tem uma vida sexual ativa “Além dos calorões da menopausa, veio uma secura e irritabilidade na área vaginal, tive umas infecções sem motivos, mas com sempre visito regularmente meu ginecologista pude ter um diagnóstico precoce e trato, e continuo com minha vida sexual tranquila”.
“A fácil administração do comprimido e eficácia comprovada gera uma grande aderência ao tratamento. Os incômodos causados pela atrofia vaginal têm um impacto significativo não apenas no bem-estar físico, mas também no emocional e psicológico da mulher”, ressalta Luiz Steffen, diretor médico da Besins Healthcare, laboratório responsável pela terapia.
Para aquelas que não desejam o tratamento com hormônios é indicado o uso de hidratantes vaginais para o ressecamento, com a adição de lubrificantes durante a relação. Os agentes hidratantes vaginais não são comercializados no Brasil.
Já os lubrificantes estão disponíveis no mercado. Deve-se dar preferência àqueles com base de água, que são mais efetivos no ressecamento e menos alergênicos, evitando a piora de sintomas. Mas como cada caso é um, o especialista recomenda a visita ao ginecologista.
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