Cientistas da UFRJ criam soro com anticorpos de cavalo contra Covid-19
Pesquisadores aguardam uma autorização da Anvisa para começar a testar o soro em seres humanos
Um soro inteiramente desenvolvido no Brasil com anticorpos de cavalos apresentou resultados positivos e até 50 vezes mais potentes contra o coronavírus. O resultado foi considerado “excelente” pelos cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que desenvolveram o produto, e abre agora caminho para um tratamento mais eficiente contra a doença. Os pesquisadores aguardam uma autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para começar a testar o soro em seres humanos.
Em maio, cinco cavalos do Instituto Vital Brazil (IVB) foram inoculados com uma proteína S recombinante do coronavírus produzida na Coppe/UFRJ. Depois de 70 dias, os plasmas dos animais apresentaram anticorpos de 20 a 50 vezes mais potentes contra a Covid-19. O plasma de pessoas que tiveram Covid-19 já está sendo usado no tratamento da doença, como uma forma de oferecer anticorpos extras para o paciente que ainda luta para combater ao vírus. O princípio do soro é semelhante. A diferença é que ele está sendo produzido em cavalos e, segundo os primeiros resultados, é muito mais potente. Esses anticorpos são posteriormente purificados e podem ser injetados nos pacientes.
“Temos que fazer tudo com muito cuidado para não criar falsas ilusões. Mas a resposta foi impressionante, muito acima das nossas expectativas”, ponderou o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio (Faperj), Jerson Lima Silva, que é pesquisador da UFRJ.
Casos recuperados
O Brasil ultrapassou nesta semana a marca de 2,5 milhões de recuperados da Covid-19. Esse número é superior à quantidade de casos ativos, que são os pacientes em acompanhamento médico, e representa mais da metade do total de casos acumulados (75,8%).
No mundo, estima-se que pelo menos 13 milhões de pessoas diagnosticadas com o vírus já estão curados.
Segundo o Ministério da Saúde, a doença está presente em 98,4% dos municípios brasileiros, sendo que mais da metade das cidades (3.877) possuem entre 2 e 100 casos.
Da Redação Cerrado News