Duas turmas de estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Maria do Carmo Lima, na cidade de Águas Lindas de Goiás, no Entorno de Brasília, motivaram a professora de História e Geografia, Camila Beatriz Faria, a propor, ainda no início deste ano, o desenvolvimento de um projeto que pudesse contribuir para que os seus alunos adolescentes se interessassem em conhecer sobre as políticas públicas relativas à alimentação.
Com apoio total da direção e coordenação da escola e de seus colegas professores, Camila Beatriz pôs em prática no Colégio Estadual Maria do Carmo Lima, na cidade de Águas Lindas de Goiás, no Entorno de Brasília, o Cine EducAlimentação que, para além de envolver também suas demais turmas e toda a comunidade escolar, é um dos 10 vencedores do Prêmio Territórios, do Instituto Tomie Ohtake.
De acordo com a professora, o projeto pensado para auxiliar o enfrentamento das situações de insegurança alimentar, vividas por muitos estudantes e agravadas pelos problemas advindos da pandemia de Covid-19, agora premiado, representa, para todos os envolvidos, uma experiência a ser levada para a vida.
“Ficamos entre outras iniciativas fabulosas. O prêmio é um reconhecimento que vem de fora ao nosso trabalho e nos trouxe autoestima, a nós professores, aos nossos alunos, à nossa escola”, celebra a professora Camila. Um encontro marca o encerramento do Prêmio Territórios, com cerimônia de premiação das 10 estratégias pedagógicas vencedoras. Segundo os organizadores, é, ainda, uma oportunidade de compartilhamento das práticas junto a outras escolas do país.
Pelo Colégio Estadual Maria do Carmo Lima participarão da solenidade de premiação, que será realizada no dia 17 de dezembro, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo (SP), a professora coordenadora do Cine EducAlimentação, Camila Beatriz e a estudante Lana Quézia de Oliveira Sena, escolhida para representar os alunos em virtude de seu bom desempenho escolar, seu engajamento no projeto premiado e sua participação em outros projetos implementados na escola.
O projeto premiado
O projeto reúne os principais requisitos elencados no regulamento do prêmio. A integração entre escola, família e território; o reconhecimento, a articulação e a valorização dos saberes e culturas; o uso de diferentes linguagens; práticas de fortalecimento da equidade e, sobretudo, atividades de acolhimento, escuta e motivadoras de participação dos estudantes com foco em serem multiplicadores.
Usando as instalações da escola, um lanche saudável composto de frutas, suco natural, bolo integral, promovido com o auxílio da comunidade escolar e informações sobre a segurança alimentar, passadas com a utilização principal de meios audiovisuais, conseguiram, como conta a professora coordenadora do projeto, a participação interessada dos alunos, gerando efeitos positivos nos participantes, nos processos escolares, no ambiente escolar e na comunidade.
“O prêmio fortalece em nós a certeza de que foi uma iniciativa importante para a formação do nosso aluno pensada de forma integral, para a vida”, afirma Camila Beatriz. “Foi possível fazer um trabalho importante em um contexto de vulnerabilidade social, de uma realidade desigual, usando o audiovisual, uma linguagem que faz parte da vida do adolescente, dos jovens, que eles gostam, falando de um assunto muito caro para todos nós”, conta a professora.
No projeto, a escola conseguiu, também, a interdisciplinaridade, envolvendo outras disciplinas no trato do tema alimentação e políticas públicas para a segurança alimentar. ‘Nas aulas de Geografia, por exemplo, conseguimos falar, de forma simples, sobre as especificidades e interfaces dos ambientes rural e urbano, sobre o trabalho no campo, sobre a produção e o comércio de alimentos”, destaca Camila.
“Com aulas mais dinâmicas conseguimos envolver nossos alunos em situações enfrentadas por eles, ou por seus colegas, conhecidos e até pelas famílias, como a de evasão escolar em decorrência de dificuldades financeiras até mesmo para a aquisição de alimentos, tentando apontar caminhos, discutir saídas para esses problemas que enfrentam”, declarou a professora.
De acordo com ela, entre outros, foram pautas no projeto, em que se utilizava um vídeo ou filme e a participação de um convidado, a pandemia do coronavírus, a fome, a agricultura familiar, a relação entre campo e cidade e entre trabalho e comida, sobre trabalhadores feirantes, sobre a Merenda Escolar e sobre o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Sobre o Prêmio Territórios
O Prêmio Territórios Tomie Ohtake é uma iniciativa do Instituto Tomie Ohtake, coordenada por seu Núcleo de Cultura e Participação, e conta com o patrocínio da Innova e Grupo GPS, a parceria da Kapitalo Investimentos, a parceria técnica do Centro de Referências em Educação Integral e Associação Cidade Escola Aprendiz, o apoio do Itaú Social e da Estácio, implementada por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
Dirigido às redes de escolas públicas municipais, estaduais e federais de todo o país, o Prêmio Territórios, nesta sua 6ª edição, teve inscritos 112 projetos pedagógicos, oriundos de 19 estados brasileiros. As propostas foram avaliadas por um júri composto por especialistas nos campos da Educação, do social, da arte e da cultura.
Cerrado News/*Com as informações da Seduc-GO
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