Crianças e adolescentes que mudam de comportamento repentinamente podem estar sofrendo algum tipo de violência, fique atento aos sinais
A violência contra crianças e adolescentes é uma realidade global, que resulta em consequências graves e provoca impactos em todas as áreas da vida das vítimas. O estudo inspire, conduzido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em parceria com diversas entidades internacionais e divulgado em 2016, estimou que em todo o mundo cerca de 1 bilhão de crianças e adolescentes entre 2 e 17 anos sofreram violência psicológica, física ou sexual no ano anterior à coleta dos dados. O levantamento foi feito em 96 países.
Um estudo realizado em 2016 classificou o Brasil como o país com os maiores índices de violências contra crianças e adolescentes no mundo. Especialmente abusos físico, sexual e psicológico, além de negligências emocional e física. Passaria de 30,3 milhões o número de vítimas de violência doméstica com até 14 anos de idade.
Sinais de que a criança está sofrendo algum tipo de abuso:
– Marcas na pele: lesões na pele são as mais aparentes e não podem ser ignoradas. Em casos de feridas, hematomas, e queimaduras, deve-se questionar o menor e seu cuidador sobre o ocorrido. Há algumas marcas evidentes de agressão, como de cintos, chinelos e outros objetos.
– Retardo mental: crianças sem indicativos de doença neuromotora que de repente apresentam retardo de desenvolvimento, falavam e deixam de falar; passam a ter desenvolvimento motor muito aquém de sua idade (como dificuldades para andar).
– Irritabilidade aumentada: crianças sem diagnóstico anterior de doença relacionada a mudança brusca de humor que se tornam agressivas ou sempre irritadas.
– Dificuldade para dormir: a criança sente insônia ou passa a ter o sono alterado.
– Choro frequente: criança então alegre passa a demonstrar tristeza constante, dificuldade de encarar adultos e chora com frequência e sem motivo aparente.
– Perda do interesse em brincar: a criança para de se relacionar com amigos e parentes, fica isolada e com olhar vago.
– Medo de certas pessoas: o corpo demonstra repulsa, com vômitos ou pavor ao se deparar com certas pessoas.
Ter um ambiente acolhedor, paciência com o desenvolvimento e, sobretudo, conversar com crianças e adolescentes são pontos fundamentais para interromper ou evitar escaladas de violência em família, segundo os especialistas.
Levando em conta a maior vulnerabilidade das crianças e adolescentes na pandemia, a Unicef (Fundo das Nações Unidas para Infância) divulgou dicas de como a sociedade pode atuar na proteção de menores em casa ou fazendo denúncias. Elas parecem simples, mas podem fazer diferença no dia a dia corrido das famílias:
Em caso de tristeza, desânimo ou ansiedade, qualquer pessoa pode conversar com o Centro de Valorização da Vida (CVV), que presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção ao suicídio. Crianças, adolescentes e adultos podem ligar para o 188 ou acessar cvv.org.br pela internet, a qualquer dia e a qualquer hora, e não precisam se identificar se não quiserem.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) explica que xingar, humilhar e praticar castigos físicos, como bater, são formas de violência. E orienta ter em mãos os canais de denúncia para qualquer situação de violência contra crianças e adolescentes “Se você testemunhar, souber ou suspeitar de alguma criança ou adolescente vítima de negligência, violência, exploração ou abuso, disque 100. Para violências contra mulheres e meninas, disque 180. As ligações são gratuitas e você não precisa se identificar.”
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