O número de internações em unidades de terapia intensiva (UTI) de pessoas com a Covid-19 é maior no Distrito Federal entre jovens e adultos, segundo monitoramento da Secretaria de Saúde. Os quadros mais graves da doença, que acometia principalmente idosos, mudaram de perfil. Um dos fatores que explica essa transição é a vacinação dos mais velhos (veja mais abaixo).
Levantamento da pasta, que avalia os dados até esta terça-feira (13), mostra que há 205 pessoas entre 19 e 59 anos internadas em UTIs. Em segundo lugar, com 173 hospitalizações, estão idosos com mais de 60 anos, número 15% menor em comparação ao público mais jovem.
Além disso, há ainda 11 pessoas com menos de 18 anos internadas devido ao novo coronavírus. Há 47 pacientes hospitalizados que não tiveram a idade revelada. Ou seja, 47% das pessoas em UTI têm entre 19 e 59 anos.
Na segunda-feira (12), durante coletiva à imprensa, o secretário-chefe da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha, reforçou que o perfil de infectados pela Covid-19 “rejuvenesceu”. “Hoje, mais jovens estão sendo acometidos com a doença e sendo internados”, disse.
Gustavo afirmou ainda que a mudança nos dados, que mostram idosos menos suscetíveis ao agravamento do quadro de infecção pelo novo coronavírus, revela que a vacinação está tendo efeito, já que o público-alvo contempla os mais velhos.
Até esta terça-feira, o novo coronavírus tirou a vida de 6.906 pessoas no Distrito Federal e infectou outras 361.023. Ao todo, são 342.316 pessoas recuperadas, o que representa 94,8% dos diagnosticados.
Com aumento do acometimento de pessoas mais jovens pelo novo coronavírus, a mortalidade também tende a crescer. De acordo com a Secretaria de Saúde, o grupo de pessoas entre 50 e 59 anos já é o terceiro maior com número de óbitos este mês (veja lista abaixo).
Mortes registradas no DF até 13 de abril
O médico intensivista, Rodrigo Biondi, que atua como coordenador de UTI no Hospital Brasília, confirma que a fase atual da pandemia tem aspecto diferente do que no ano passado. “Em comparação com a onda anterior, temos muito mais jovens internados. A hospitalização deles é maior e duram até mais de 30 dias”, comentou.
O especialista diz que jovens ainda têm maiores chances de recuperação, porém, a taxa de mortalidade ainda é alta.
“Esses pacientes ocupam leitos por mais tempo e, com isso, a disponibilidade de novas vagas fica cada vez mais difícil. Por isso, a demanda só cresce”, afirmou.
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