Lís mostra junto a banda que faz parte que várias culturas podem se misturam e fazer um belo som com sentido, sentimento, emoção e movimento
Lís Carvalho usa de todo o seu molejo e talento para demonstrar a arte, junção de dança com música. A jovem canta, toca flauta e dança na banda Mitra. A banda mistura hip-hop, rock e músicas indianas, ciganas, celta, e outras culturas para falar sobre o ego humano.
A vocalista afirma que o grupo está cheio de sons novos para lançar “A pandemia atrasou o nosso processo de criação e divulgação das nossas novas músicas nas plataformas digitais, Estamos. Em breve teremos músicas no Spotify e clipes novos. O último clipe que gravamos no Mercado Sul Vive, teve que sair do ar por direitos de imagem de um ex-integrante. Mas no YouTube é possível achar alguns vídeos caseiros de nossas apresentações e performances”.
Antes da banda Lís foi vocalista e flautista na banda Arandu Arakuaa, tocavamos folk metal em línguas indígenas, a principal era Tupi Guaraní. Fez o álbum Mrã Waze, de onde surgiram dois clipes: Iasy e Huku Hêmba. Desse trabalho, assinou a trilha sonora do game brasileiro Araní, da empresa pernambucana Diorama Digital, com protagonismo feminino e indígena. Vocês podem ver o teaser no YouTube. A cantora afirma ter muito orgulho de sua trajetória e fazer parte do empoderamento feminino e indígena!
Erudição
A artista estudou flauta transversal e canto coral na Escola de Música de Brasília. Depois se apaixonou pelo Pife (Pífano: flauta de bambu), estudou sozinha sobre ele, se apegando ainda mais às suas raízes nordestinas. Atualmente dou aulas online. Além de estudar de forma autodidata o canto e dar aulas. A cantora começou a sua trajetória como cantora em 2018, por influência da banda Arandu Arakuaa. E aperfeiçoa suas técnicas todos os dias principalmente em canais no youtube.
Lís está planejando para o futuro um álbum solo com influências do hip hop rock, além de estudar mais a dança do tribal fusion.
Gingado para driblar as dificuldades
Antes de ser artista de rua e ter a banda no meio da correria de gravar o álbum com a Arandu Arakuaa, Lís estava produzindo um evento em um, lugar renomado em Brasília e com uma empresa de marketing digital que comandava com seu ex-companheiro. “Foi bem difícil, eu não ganhava nada nos eventos e recebemos um grande calote e eu não consegui pagar os artistas, tive que tirar do meu bolso e foi aí que um dia, sem comida em casa eu saí para as ruas tocar pife e voltei com um frango para casa. Percebi que não queria mais produzir eventos e nem ter essa empresa”.
A vida é complicada, todos os dias temos que lutar, afirma a cantora “Passei por dificuldade financeira, minha família não teve condições de me ajudar, minha mãe foi moradora de rua, mas graças aos deuses e deusas ela saiu dessa, mas ainda tem dificuldade de achar emprego. Todos os dias temos que lutar, mas eu estou cansada de ser guerreira, quero conquistar para me tornar rainha! Tive a sorte que um tio comprou a minha primeira flauta e isso eu sou extremamente grata! Mas a flauta transversal tem manutenção cara, aí ganhei um par de Pífanos de um fotógrafo amigo meu e fui me virando. Sou artista de rua atualmente, foi a maneira que encontrei de sobreviver e fazer o que gosto. Sou muito respeitada onde toco pelo Guará I e Vicente Pires, as pessoas me conhecem há 2 anos”.
A flautista e cantora se inspira em diversas culturas e estilos para formar o dela como a Sevdaliza, Dakha Brakha, Igorrr, Novos Baianos, além de inúmeras outras. E enfatiza ser apaixonada por Hip Hop e Rap, bolero, xote, vibra ao ver batalhas de rima “elas me inspiram muito também, sempre saio das batalhas quase tendo um infarto de tanta emoção”! Conclui alegremente Lís.
E é isso que ela quer passar para as pessoas boas vibrações, emoções, sentimentos, passar mensagens de mudança. Passar a verdade disso. “Quero muito que as pessoas voltem a dar valor em letras bem arranjadas como antigamente”. Finaliza a artista.
Lís já fez shows em Brasília toda, em muitos bares e restaurantes. Mas quer fazer parte dos grandes eventos de Brasília. A arte de rua tem a salvado junto as aulas de canto. E afirma tristonha que as aulas de Pífano não têm atraído muita gente, “só quem já toca e quer aprender as músicas que sei e algumas técnicas que eu trouxe da transversal pro Pife”.
Seu sonho é comprar uma casa para ela, seu marido e mãe. Viver bem do que sabe fazer. Ter a banda como referência de tribal fusion no Brasil. Com um estilo novo.
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