A cada dia, três mulheres são assassinadas pela condição de gênero no Brasil. Dados do Observatório de Segurança Pública, da SSP-GO, mostraram que em 2020 diversas modalidades criminosas relacionadas à violência doméstica apresentaram redução. Quando comparados os números do último ano, com os de 2019, as ocorrências de estupro, por exemplo, caíram 23,62%. A redução também foi verificada nos registros de ameaça (-7,3%) e nos crimes contra a honra (injúria, calúnia e difamação), que diminuíram 4,9%.
De acordo com análise feita pela titular da Deam de Goiânia, delegada Paula Meotti, a redução dos crimes contra a honra e de ameaças é fundamental para coibir crimes mais graves, como o feminicídio. Isso porque, segundo a delegada, essas modalidades criminosas que são consideradas menos graves, são as que dão início ao ciclo da violência. “É muito raro que a primeira agressão a essa mulher seja física ou um feminicídio. Quando a gente se depara com esses casos mais graves, é muito comum que tenha algum relato de ameaça, algum tipo de violência psicológica, moral, xingamento”, destacou.
“Então embora pareça uma diminuição de um crime que não é tão grave, se a gente fizer uma análise de como funciona o ciclo da violência, a gente pode perceber que essa diminuição de fato é representativa, porque talvez a gente esteja conseguindo diminuir esse ciclo da violência. Nós entendemos e por isso comemoramos esses números, porque sabemos que, de fato, vamos fazer a diferença na vida de muitas mulheres”, completou
De acordo com a psicóloga Ana Paula de 28 anos, os efeitos dos relacionamentos abusivos têm se intensificado durante a pandemia do coronavírus, quando casais estão confinados e, muitas vezes, isolados de amigos e familiares. “As mulheres que estão em casa com agressores na pandemia estão sem saída. Elas não têm mais nem mesmo o momento de levar o filho para a escola ou a distância de quando o marido ou namorado sai para trabalhar.” Afirma Ana Paula Lima.
O que é um relacionamento abusivo?
Segundo a psicóloga em um relacionamento abusivo, existe pelo menos um destes tipos de violência: verbal, emocional, psicológica, física, sexual, financeira e tecnológica (esta vai desde controle velado das redes sociais da vítima até insistência em obter senhas pessoais, controle de conversas, curtidas e amizades online). Para caracterizá-lo, são levados em conta fatores como o sofrimento causado em uma pessoa, a frequência dos abusos, ciclos de agressão e escalonamento da violência.
A psicóloga aponta que, nessas relações, o outro se torna o centro da sua vida e seu comportamento é moldado com referência ao que ele espera de você. Aí, o resultado é que isso interfere na sua relação com a família, amigos, trabalho e, principalmente, na forma com que você se enxerga. Em muitos casos as vítimas ficam confusas se estão ou não em um relacionamento abusivo pois em várias vezes o agressor se mostra arrependido e a manipula.
Existem três fases presentes nessas relações, e uma delas é exatamente o que a especialista chama de lua de mel.
A primeira fase, segundo ela, é a tensão. “É quando a mulher vai cedendo: não corta o cabelo porque ele disse pra não cortar, troca a roupa que ele pediu, vai perdendo a identidade.”
A segunda fase é a da crise. “É quando tem briga e mais escalonamento da violência, é quando ela é xingada ou sofre abuso físico ou sexual.”
A terceira fase é a lua de mel. “São conversas íntimas, sexo intenso, é quando ele promete que vai mudar.”
Como Denunciar:
Endereço: Quadra 08, Casa 18 Etapa A – Valparaíso I (ligue 197).
Telefone: (61) 9 9995-3185
Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS/ Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania
Endereço: Rua 60,Qd. 83, Lt. 07 – Jardim Céu Azul
Telefone: (61) 3624-1618
A psicóloga finaliza afirmando que o término de um relacionamento abusivo é muito diferente do fim de um relacionamento saudável. 70% das mulheres que morrem em casos de violência doméstica morrem no término, que é o momento que esse abusador sente que já não tem mais nada a perder. O término é o maior ‘não’ que esse abusador recebeu dessa mulher na vida. O que acontece depois é um show de horrores. Ele vai no ponto fraco dela: pode dizer que agora vai fazer terapia, que agora aceita ter filho, ou se o sonho dela é se mudar, ele vai dizer que vai se mudar. Ou pode ficar ainda mais agressivo e mais manipulador.
É por isso que ela diz não aconselhar um término presencial. “E sugerimos contato zero com o ex para quem não tem filhos, e um contato mínimo para as que são mães. É assim que essa mulher consegue se proteger e iniciar um processo de fortalecimento”.
De acordo com Mapa da Violência, Goiás ocupava, em 2013, a terceira posição na taxa de homicídios cujas vítimas eram mulheres, com 8,6 mortes a cada 100 mil habitantes. Aproximadamente 15% desses casos podem ser enquadrados como feminicídio.
No mesmo estudo, dez municípios goianos apareciam entre os 100 com maiores taxas de homicídio contra mulheres no Brasil: Alexânia, em segundo lugar (25,1); Cristalina, em 13º (16,5); Planaltina, em 29º (14); Luziânia, em 48º (12,8); Valparaíso de Goiás, em 74º (11,5); Formosa, em 79º (11,4); Iporá, em 81º (11,3); Jataí, em 82º (11,2); Goiatuba, em 87º (11); e Inhumas, em 96º (10,5).
Redação CerradoNews/
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