Monitor da Violência: DF tem menores taxas do país de policiais assassinados e de pessoas mortas pela polícia

De acordo com o levantamento, no ano passado, o DF registrou a taxa de 0,1 militares mortos e de 0,4 pessoas assassinadas durante ações da polícia a cada 100 mil habitantes. No Brasil, o índice nacional é de 0,4 e de 2,7, respectivamente, também na proporção de habitantes.

No entanto, apesar da menor taxa do país, o DF contabiliza um aumento nesses números, se comparado com os casos registrados em 2019. Na época, Brasília não registrou nenhum caso de policial assassinado. Por outro lado, oito pessoas foram mortas pelas polícias civis e militares.

O Amapá lidera o ranking de pessoas mortas por policias, com taxa de 12,8. Já o Rio de Janeiro registra o maior número de policiais assassinados em 2020, com 0,8 a cada 100 mil habitantes.

Foram solicitados os casos de “confrontos com civis ou lesões não naturais com intencionalidade” envolvendo policiais na ativa (em serviço e de folga). Os pedidos foram feitos para as secretarias da Segurança Pública dos 26 estados e do Distrito Federal por meio da Lei de Acesso à Informação e das assessorias de imprensa.

O aumento no número de pessoas mortas por policiais no DF vai na contramão dos números registrados no Brasil. Houve 5.660 civis mortos pela polícia em 2020, ante 5.829 em 2019, uma queda de 3%.

De acordo com o professor de sociologia da UnB e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Arthur Trindade, o dados registrados no DF são “reflexo do bom trabalho e treinamento da polícia local”. “A letalidade policial no Brasil é alta, por qualquer parâmetro”, afirma.

“Olha para o Brasil inteiro, cinco estados respondem por 70% das mortes de civis. Mesmo assim, não dá para generalizar que as polícias do país são violentas. A polícia do DF faz um bom trabalho”, afirma o professor.