A partir de 2022, o “novo ensino médio” será implementado em Goiás. O modelo prevê mais horas de aula e orientação para escolher que caminhos seguir. A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) criou 17 “itinerários” opcionais, mas cada escola irá oferecê-los de acordo com sua capacidade e interesse dos alunos.
A lei nacional que determinou as mudanças foi publicada em 2017, com previsão para que as alterações passassem a valer em 2022. Confira aqui o que deve valer para o Brasil inteiro.
Segundo a Seduc, Goiás está debatendo as novas regras e orientações com professores e estudantes desde 2019, estudando a melhor forma de organizar essas medidas. A pasta ainda analisa se vai contratar mais servidores e qual o orçamento será necessário para aplicar essas mudanças.
No último dia 8 de outubro o Conselho Estadual de Educação (CEE) aprovou a resolução de como deve ser esta nova etapa.
Superintendente do ensino médio da Seduc em Goiás, Osvany Gundim explicou que vem estudando as medidas a serem tomadas e ouvindo professores e alunos sobre o assunto desde 2019.
“Em Goiás, o nosso trabalho foi fundamentado em pesquisa, ouvindo a rede, escrevemos as propostas e mandamos para apreciação da rede, teve audiência pública, tudo foi feito de forma democrática”, disse.
De acordo com ela, algumas novidades já foram até testadas em 2021, como a carga horária ampliada em 72% das turmas de 1º ano e a implementação de cursos técnicos de Química, Matemática e Administração em 48 turmas pelo estado. Segundo Osvany, os resultados se mostraram positivos.
“Uma das propostas é realmente dar condições para que o estudante possa escolher exercendo seu protagonismo a partir das suas realidades. […] Como o aluno vai aplicar os conhecimentos adquiridos, a gente espera que seja também um potencial a mais e, principalmente, que essa mudança contribua para permanência na escola”, avaliou.
A superintendente também disse que as mudanças preveem para os professores uma formação continuada planejada. Ela contou que já foi feito um circuito de lives sobre o assunto este ano.
“A formação dos professores em nível de graduação não haverá alteração, mas há uma formação continuada planejada. […] Essa formação vai compreender as premissas do documento curricular, a importância de trabalhar cada área do conhecimento. Ela perpassa por todas as premissas da lei do novo ensino médio”, explicou.
Relator da Resolução aprovada no Conselho Estadual de Educação, o professor Marcos Elias explicou que a reforma vem para garantir mais diversidade de conteúdo para os estudantes, mas segue oferecendo conhecimentos básicos, para que haja alguma uniformidade.
Como as escolas ofertarão alguns caminhos para os seus alunos, dependendo da estrutura e da demanda de cada uma, a reforma pode deixar ainda mais em evidência a diferença de oportunidades. No entanto, o relator lembra que essa diferença nas oportunidades já existe.
“Em tese, tínhamos o mesmo ensino médio, essa diversidade entre escolas já existe hoje independente do modelo. Já é uma realidade. […] Há qualidade, mas há pontos preocupantes. Esse processo pode nos ajudar a trabalhar uma forma de ir repensando essas alterações. Talvez a reforma explicite melhor, mas precisa de políticas para superar isso”, afirmou.
Presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Goiás (Sinepe/GO), Ademar Amorim, explicou que a rede ainda vai discutir como aplicar essas novas diretrizes.
“Vamos fazer um seminário no próximo dia 27, 28 ou 29 para informar sobre a Resolução. Com certeza vamos adotar os itinerários e as escolas vão começar a se programar”, explicou.
Segundo ele, algumas escolas já estão se organizando para ver como cada uma vai adotar o modelo, mas todas serão orientadas a partir do evento previsto para o fim deste mês.
Representante do Sindicato dos Professores das Escolas Particulares (Sinpro), o professor Railton Nascimento afirmou que a sensação da categoria ainda é de insegurança em relação a todas as mudanças.
“As escolas estão antecipando o debate, mas não há ainda uma orientação geral para os professores. […] O que existe é uma sensação de insegurança. Os professores não têm expectativa de que a reforma venha para beneficiá-los”, disse.
Cerrado News/G1
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