Operação da PF investiga desvio de mercadorias nos Correios, trocadas por pedaços de madeira
Segundo apuração, objetos segurados eram extraviados, com ajuda de funcionários da estatal, para solicitar valor do seguro. Agentes cumprem seis mandados no DF, no Pará e em Goiás; Correios disse que adotou ‘medidas disciplinares que caso requer’.
Encomenda foi trocada por pedaço de madeira — Foto: PF/Divulgação
A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (8), operação que investiga esquema ilegal de desvio de encomendas nos Correios para recebimento de seguro. A suspeita é de que, com ajuda de funcionários, objetos eram propositalmente extraviados e até trocados por pedaços de madeira.
Os investigadores cumprem seis mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, no Pará e em Goiás. De acordo com a investigação, ao longo do último ano, um grupo criminoso enviava objetos e contrata seguros com valores próximos a R$ 10 mil, para cidades paraenses.
No entanto, as encomendas eram extraviadas dentro das agências, com ajuda de empregados da empresa pública. A partir dos desvios, os suspeitos exigiam o pagamento do seguro, já que não houve recebimento da mercadoria.
Em nota, os Correios informaram que que a operação foi realizada em conjunto com PF e que a ação é um resultado do “desdobramento das informações fornecidas previamente pela estatal”. A empresa pública afirmou ainda que colabora com as autoridades e que “já adotou, de imediato, as medidas disciplinares que o caso requer”.
“A estatal esclarece ainda que mantém estreita parceria com os órgãos de segurança pública para prevenir a ocorrência de delitos nos serviços postais. Ainda por motivos de segurança, os Correios não detalham mais informações sobre as ocorrências”, disse.
Pedaços de madeira
Os investigadores identificaram que algumas encomendas de aparelhos celulares eram substituídas por pedaços de madeira.
“A parceria entre os Correios e a PF permitiu a identificação dos criminosos e o desenvolvimento de métodos que possam evitar, no futuro, novas práticas delitivas”, informou a corporação.
Os suspeitos devem responder pelos crimes de estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem chegar a 19 anos de prisão.
Cerrado News/ Com as informações Agência Brasil