Uma verdadeira prova de persistência e condicionamento físico para atletas completos. Este é o triatlo paralímpico, que pode ser praticado por pessoas com diversos tipos de deficiência, como cadeirantes, amputados ou cegos. Após anos de luta, o triatlo foi incluso na programação paralímpica nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016.
No triatlo paralímpico, homens e mulheres triatletas devem completar 750 metros de natação, 20 quilômetros (km) de ciclismo e 5 km de corrida. São seis classes diferentes, que levam em conta a deficiência e mobilidade do atleta. Cinco das classes são para atletas com deficiências físico-motoras e paralisia cerebral e uma para deficientes visuais (parcial ou total).
O triatlo paralímpico tem algumas adaptações em relação à modalidade convencional. Cadeirantes ou paraplégicos podem usar a handycle, uma bicicleta em que os pedais são impulsionados com as mãos, e guias participam da classe destinada aos triatletas cegos.
As disputas do triatlo nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 vão ser realizadas nos dias 28 e 29 de setembro no Odaiba Marine Park.
PT1 – Atletas com comprometimentos que impedem a capacidade de conduzir uma bicicleta convencional e de correr. Os atletas devem usar um handcycle na etapa de ciclismo e uma cadeira de rodas na etapa de corrida.
PTS2 a PTS5 – Atletas com deficiências físico-motoras e paralisia cerebral andantes competem nestas classes, sendo a PTS2 para deficiências mais severas e PTS5 para deficiências mais moderadas. Nas etapas de ciclismo e corrida, atletas amputados podem utilizar próteses ou outros dispositivos de apoio.
PT5 – Atletas com deficiência visual total ou parcial. É dividida nas subcategorias B1, B2 e B3, de acordo com o grau de deficiência, sendo a B1 para atletas totalmente cegos. Um guia de mesma nacionalidade e sexo acompanham os atletas e os dois devem utilizar uma bicicleta Tandem (de dois lugares) durante a etapa de ciclismo.
Os quatro atletas do triatlo paralímpico brasileiro que vão competir na Paralimpíada de Tóquio têm tido ótimas colocações nas mais recentes competições internacionais e são esperança de medalhas.
Um dos favoritos para conquistar uma medalha, o paulista de São Carlos, Carlos Rafael Fonseca Viana, compete na classe PTS5, pois é amputado de braço esquerdo. Ele começou no para triatlo em 2014 e tem no currículo resultados internacionais expressivos. Foi ouro na Copa do Mundo de Portugal em 2019 e prata na Copa do Mundo da Espanha no mesmo ano.
O currículo de Jéssica Moreira Ferreira é coroado por conquistas: prata na etapa dos Estados Unidos da Copa do Mundo 2021, ouro na etapa da Espanha da Copa do Mundo 2021, entre outros bons resultados. A atleta de Jaboticabal-SP compete na classe PTWC, para mulheres paraplégicas. Em julho de 2021, Jéssica sofreu queimaduras nos pés e pernas, de 2º e 3º graus, na sauna, e precisou amputar parte do pé. Mas ela já voltou aos treinos e confirmou que vai participar da Tóquio 2020.
Com resultados internacionais expressivos, Jorge Luis Camargo Fonseca promete lutar por medalha em Tóquio. O catarinense de Rio Negrinho compete na classe PTS4 e recentemente conquistou a prata na etapa dos Estados Unidos 2021 e o ouro na etapa da Espanha da Copa do Mundo 2021. Ele também levou a medalha de prata no Campeonato Pan-Americano da modalidade, realizado nos Estados Unidos em 2019. Jorge sofreu um acidente de moto que tornou imóvel o membro superior direito. Em setembro de 2020, o atleta decidiu realizar a amputação do braço debilitado.
Competidor da natação de 2012 a 2016, o paranaense de Curitiba, Ronan Nunes Cordeiro, adotou o triatlo em 2018. Competidor da classe PTS5 por ter má-formação congênita na mão esquerda, Ronan passou de promessa para realidade rapidamente. Entre outras conquistas, foi bronze na etapa da Copa do Mundo de Corunã 2021, bronze no World Series Yokohama (Japão) 2021 e prata na etapa de Alhandra da Copa do Mundo 2020.
Cerrado news/G1
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