Polícia investiga omissão de cautela na guarda de pit bulls que atacaram e mataram cachorro no DF

A Polícia Civil investiga o crime de omissão de cautela na guarda de dois pit bulls que atacaram e mataram um cachorro em uma rua do Gama, no Distrito Federal, na última terça-feira (7). O tutor dos animais ainda não foi identificado, e o caso segue em investigação.

A Polícia Militar foi chamada para atender a ocorrência e acabou matando os dois pitbulls, que estavam sem focinheira e assustavam os moradores da região.

O caso foi registrado na 20ª Delegacia de Polícia (Gama). A dona do cachorro atacado, a servidora pública Telma Cedraz, e uma testemunha prestaram depoimento na terça-feira. Elas contaram que o ataque durou cerca de 30 minutos.

Se confirmada a identidade do dono dos pit bulls, a pena prevista para casos de omissão de cautela na guarda de animais é de 10 dias a dois meses de prisão ou multa.

Cachorro resgatado

Rick, o animal mordido pelos outros dois cães, foi resgatado da rua e estava com a família desde 2015. Telma disse que, na terça-feira (7), a família abriu o portão da casa para que o cachorro de estimação fosse dar uma volta, como de costume. Neste momento, ele foi atacado.

A mãe da servidora pública, Tereza Cedraz, que também vivia com o cachorro Rick, diz que espera que a polícia encontre o dono dos pit bulls.

“Não é para fazer nada com ele, não. É para ele se conscientizar que, se ele criou, se ele criava esses bichos, se ele ainda tem algum lá, tem que cuidar para que eles não saiam na rua pra fazer o que eles fizeram com o Rick. Porque assim como foi com o cachorro, aqui vive cheio de criança, podia ser uma criança e eles iam atacar do mesmo jeito e iam matar”, afirma Tereza.

Responsabilidade

O uso da proteção no focinho é obrigatório no DF para animais de grande porte ou de raças destinadas à guarda.

No dia 1º de dezembro, o dono de um cachorro de grande porte foi condenado a pagar uma indenização de R$ 5 mil, por danos morais, à dona de um outro cão, da raça “lhasa apso”, que foi atacado pelo animal na rua. O tutor também deverá arcar com os custos do tratamento do pet.

À época, o Juizado Especial Cível e Criminal do Riacho Fundo concluiu que houve conduta culposa do réu em relação à guarda do animal, que estava sem coleira e sem focinheira.

Segundo a advogada especialista em Direito Animal, Ana Paula de Vasconcelos, é importante que a população se conscientize cada vez mais da sua responsabilidade ao ter um animal.

“Infelizmente, em situações como essa, as maiores vítimas são sempre os animais, que acabam pagando com suas próprias vidas”, disse a advogada.