O soro contra o veneno do escorpião está disponível em dez hospitais regionais do Distrito Federal e no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). O antídoto escorpiônico é administrado nos pacientes com quadros de saúde considerados graves e moderados, conforme avaliação médica.
As unidades regionais que oferecem o serviço são a do Guará, Asa Norte, Brazlândia, Paranoá, Ceilândia, Gama, Planaltina, Santa Maria, Sobradinho e Taguatinga. O hospital de Samambaia não armazena o soro, mas, sempre que necessário, solicita o antídoto à unidade de Taguatinga (HRT).
Já a rede privada de saúde não disponibiliza soros antiescorpiônicos. Estabelecimentos particulares podem encaminhar pacientes picados por escorpião a uma unidade regional ou solicitar o contraveneno à rede pública.
“O melhor e mais rápido caminho é procurar um dos hospitais que ministram o soro, já que a aplicação deve ser o mais precoce possível. A função do antídoto é inibir, neutralizar a ação do veneno, evitando o efeito tóxico no organismo”, explica Luiz Antônio de Almeida Silva, médico emergencista pediatra do HRT.
O protocolo seguido pela Secretaria de Saúde, estipulado pelo Ministério da Saúde, é que acidentes com quadro considerado leve não precisam receber o antídoto.
A picada de escorpião pode ser letal, dependendo das condições da vítima, como peso, idade, alergias e outras patologias. “Via de regra, crianças e idosos têm maior chance de complicação pela fragilidade natural da saúde”, explica o médico.
Todos os cidadãos picados pelo aracnídeo permanecem em observação no ambiente hospitalar por mais de quatro horas. Em 2022, foram registrados 2.187 acidentes por escorpião – mais do que em 2021, em que houve a notificação de 2.019 acidentes com os bichos.
Em seguida à picada, há orientação de que o animal seja fotografado para a identificação da espécie e da gravidade do acidente. Além disso, é recomendado que o local afetado seja lavado com água e sabão, desde que não haja atraso na ida ao pronto-socorro.
Cuidados
Os escorpiões são aracnídeos noturnos, por isso, costumam se esconder em ambientes escuros e úmidos durante o dia e, à noite, saem em busca de alimentos. O cardápio é formado por insetos em geral, mas, principalmente, baratas. E o mais importante: não atacam as pessoas, só reagem quando são tocados.
“A melhor prevenção que existe é cuidar do quintal e da casa, no sentido de tentar minimizar ao máximo possível o risco de contato com eles. Sabendo que gostam de se esconder, esteja atento a possíveis esconderijos para que não haja encontro aversivo”, explica Vilma Feitosa, bióloga da Vigilância Ambiental.
Portanto, o ideal é manter a residência limpa, sem entulho, fechar ralos de banheiros, tanques e pias, limpar periodicamente as caixas de esgoto e gordura, providenciar a vedação de frestas em paredes, muros, rodapés, janelas e portas. Também é aconselhável manter fechados os pontos de energia e de telefone e utilizar borracha de vedação ou rolos de areia nas portas.
A bióloga também orienta a realização de limpezas frequentes atrás de móveis e eletrodomésticos, bem como atenção a camas, sofás e até roupas. “Sempre olhe embaixo de travesseiros, faça uma busca geral em armários, levante o colchão, sacuda roupas antes de vestir, e não deixe que se acumule roupas por lavar ou até lavadas nos cômodos, porque são bons esconderijos para o escorpião. É muito importante a busca ativa e a constante limpeza e supervisão na casa, dentro e fora”, enfatiza.
Além disso, é necessário atenção ao mexer em possíveis esconderijos. “O escorpião não ataca, se defende. Então, é justamente na hora em que a pessoa está mexendo em áreas externas, arrumando alguma coisa, que é picado”, explica Vilma Feitosa, que indica o uso de botas e luvas como proteção.
O aparecimento de escorpiões deve ser comunicado à Vigilância Ambiental pelos números 160 e (61) 2017-1344 ou pelo e-mail gevapac.dival@gmail.com para agendamento da inspeção. Assim que possível, uma equipe é enviada à residência para a busca dos bichos em caixas de esgoto, entulhos e outros locais, além da orientação aos moradores.
Serviço
Além do antídoto antiescorpiônico, também estão disponíveis no DF soros antibotrópicos, para acidentes com jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca, cotiara; anticrotálico, contra veneno de cascavel; antiaracnídico, para acidentes com aranhas armadeira e marrom (também útil contra picada de escorpiões); antielapídico, contra o veneno da coral; e antilonômico, para acidentes com taturanas.
Confira aqui a relação de antídotos disponíveis em cada hospital regional.
Cerrado News/*Com as informações da Agência Brasília
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