Uma em cada 10 mulheres no DF sofreu violência sexual alguma vez na vida, diz pesquisa

Estudo do IBGE e do Ministério da Saúde mostra que índice na capital é de 10,1%, maior que média nacional, de 8,9%. Levantamento considera vítimas acima dos 18 anos que foram tocadas ou tiveram partes do corpo expostas contra a própria vontade.

Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde mostra que 125 mil mulheres no Distrito Federal sofreram violência sexual alguma vez na vida. Os dados representam 1 vítima em cada 10 entrevistadas.

O levantamento faz parte da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), que, em 2019, visitou 100 mil domicílios brasileiros. O resultado foi divulgado na última sexta-feira (7).

Na capital, 10,1% das entrevistadas responderam ter sido “tocada, manipulada, beijada ou teve partes do corpo exposta contra a própria vontade”. Além disso, pesquisadores também avaliaram se a vítima foi ameaçada ou forçada a ter relações sexuais ou qualquer ato sexual contra a própria vontade.

O índice no DF é maior que a média nacional. Segundo a pesquisa, 8,9% do público feminino entrevistado disse que foi vítima desse tipo de crime no Brasil.

Já o número de homens que sofreram algum tipo de violência sexual em Brasília é 7,7 pontos percentuais menor em comparação ao de mulheres. Foram 25 mil vítimas do sexo masculino. O estudo mostra que 2,4% dos brasilienses disseram que foram vítimas desse tipo de crime.

Em termos gerais, somados homens e mulheres, 6,5% da capital, de cerca de 3 milhões de pessoas, disseram ter sofrido algum tipo de abuso sexual.

Perfil

Ilustração de mulher vendada com marca de mão na boca — Foto: Wagner Magalhães/Arte G1

A maior parte das pessoas do Distrito Federal – tanto homens quanto mulheres – que sofreram violência sexual ao longo da vida é de pessoas entre 30 e 39 anos (7,9%). Em seguida, estão vítimas de 40 a 49 anos (7%), 18 a 29 anos (6,5%) e de 60 anos ou mais (3,5%).

Além disso, a maioria das vítimas (7,5%) são de pessoas pretas e pardas. O índice de brancos ficou em 3,7%.

Em relação à educação, pessoas sem instrução e com ensino fundamental incompleto estão entre a maioria das vítimas (7,2%). Em seguida, estão:

  • Com ensino superior completo: 6,8%
  • Ensino médio completo e superior incompleto: 6,6%
  • Fundamental completo e médio incompleto: 4,4%

Recorte nacional

No âmbito nacional, a pesquisa traz mais detalhes sobre as vítimas. Por exemplo, o estudo revela que 9,4 milhões de pessoas de 18 anos ou mais foram vítimas de algum episódio de violência sexual em algum momento da vida.

O número simboliza 5,9% da população, sendo 2,5% no caso de homens e 8,9% para as mulheres. Só nos 12 meses que antecederam as entrevistas, 1,2 milhão de pessoas foi vítima de violência sexual, dentre as quais 72,7% eram mulheres (885 mil).

A maior parte das agressões sexuais contra mulheres foi perpetrada por companheiros, namorados, cônjuges ou ex-parceiros, citados em 53,3% das respostas. A violência sexual ocorreu, em 61,6% dos casos, na residência das próprias vítimas.

Além disso, 60,2% das vítimas informou que a violência sexual gerou consequências psicológicas. Entre os efeitos da agressão, estão “medo, tristeza, desânimo, dificuldades para dormir, ansiedade, depressão ou outras consequências psicológicas”.

Como e onde denunciar?

O DF tem uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), na Asa Sul, mas os casos podem ser denunciados em qualquer unidade.

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), também recebe denúncias e acompanha os inquéritos policiais, auxiliando no pedido de medida protetiva na Justiça.

Em casos de flagrante, qualquer pessoa pode pedir o socorro da polícia, seja testemunha ou vítima.

Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM)

  • Endereço: EQS 204/205, Asa Sul, Brasília
  • Telefones: (61) 3207-6195 e (61) 3207-6212

Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)

  • Endereço: Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2, Sala 144, Sede do MPDFT
  • Telefones: (61) 3343-6086 e (61) 3343-9625

Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar

  • Contato: 3190-5291

Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal

  • Contato: 180

(Cerradonews/G1)

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