Voçoroca ameaça engolir trecho de rodovia em Valparaíso de Goiás
Terreno é particular e MP cobra que donos e prefeitura solucionem o problema, que se arrasta há anos. Obras no local nunca começaram.
Uma voçoroca de cerca de 500 metros de comprimento e 40 metros de largura ameaça engolir parte da BR-040, em Valparaíso de Goiás. O problema se arrasta há anos e a obra para conter a erosão não começou.
A voçoroca é causada pela água das chuvas. Porém, o processo de urbanização da região acabou agravando a situação. Uma das hipóteses para o problema é a falta de infraestrutura de drenagem de águas da chuva.
O buraco fica em um terreno particular às margens da rodovia. Segundo a gestora ambiental Paloma Ludmila Moraes, que estuda essa voçoroca, o terreno fica em uma área de proteção ambiental onde deveria ter sido criado um parque municipal.
Porém, a área onde seria construído o parque nunca foi delimitada e o processo de urbanização seguiu avançando. Em 2015, o Ministério Público pediu a recuperação da área onde está a voçoroca, mas nada foi feito até então.
Em 2017, o MP propôs um acordo entre os donos do terreno e o município para a recuperação da área. O termo, no entanto, não foi cumprido. Um novo acordo foi feito em 2020 e, novamente, os prazos não foram respeitados.
A redação não conseguiu contato com os donos do terreno até a última atualização dessa reportagem.
Em nota, a Prefeitura de Valparaíso de Goiás informou que existe um cronograma de ações com os donos da área para solucionar definitivamente o problema.
“O contratempo é ocasionado devido ao crescimento da cidade e ao alto volume de água que desce de Santa Maria, no Distrito Federal, que não é suportado pelo dissipador consistente em uma estrutura armada, responsável por amenizar o impacto das enxurradas durante o período chuvoso”, disse a prefeitura.
A nota diz ainda que, como os proprietários não cumpriram os prazos e itens acordados, eles foram multados.
O Ministério Público segue acompanhando o problema e cobra que os envolvidos comecem as obras de reparo.
“O oficial foi ao local duas vezes e não constatou maquinários, constatou apenas a limpeza do terreno e um contêiner. Mas o maquinário e as obras necessárias para a recuperação não foram iniciadas. Os autores envolvidos são fundamentais para o que a solução do problema aconteça”, disse a promotora Oriane Graciani de Souza.
Cerrado News/G1