Justiça reduz pena de Marinésio pelo feminicídio de Letícia Curado, em 2019, no DF
Tribunal do júri condenou Marinésio a 37 anos de prisão, em junho deste ano; nova pena é de 34 anos, sete meses e 15 dias de reclusão. Família da vítima acredita que ‘justiça foi feita’ e não vai recorrer.
A Justiça do Distrito Federal reduziu em três anos a pena de reclusão do cozinheiro Marinésio dos Santos Olinto, condenado pelo assassinato da funcionária do Ministério da Educação (MEC) Letícia Sousa Curado de Melo, de 26 anos. A nova pena é de 34 anos, sete meses e 15 dias de reclusão.
O crime foi em 23 de agosto de 2019. Em junho deste ano, o Tribunal do Júri de Planaltina condenou o cozinheiro a 37 anos de prisão, em regime fechado, pela morte da jovem.
Entre as qualificadoras apontadas pelo Ministério Público, Marinésio foi sentenciado por feminicídio, por motivo torpe, meio cruel, dissimulação e crime praticado para assegurar a impunidade de outro crime. O cozinheiro também foi condenado por tentativa de estupro, furto e ocultação de cadáver.
De acordo com o advogado da família de Letícia, Igor Costa Alves, a redução da pena ocorreu a pedido da defesa do réu. O Tribunal aceitou uma confissão espontânea de Marinésio na fase policial quanto ao crime de ocultação de cadáver.
“O tribunal entendeu que isso influenciou a decisão dos jurados. Então, juntando a fração favorável com o reconhecimento da confissão espontânea, a redução foi feita”, explicou o advogado da família Curado.
O advogado explicou ainda que os outros pedidos da defesa foram recusados. “Quanto a todas as outras teses, a acusação foi vencedora. Conseguimos manter a condenação e todas as qualificadoras”, disse.
“O viúvo de Letícia acredita que a justiça foi feita, e não entraremos mais com qualquer tipo de recurso, assim como o MPDFT”, afirma o advogado.
Relembre o caso
O corpo da advogada Letícia Curado foi encontrado em 26 de agosto de 2019, três dias depois do desaparecimento dela. O caso levou à descoberta de pelo mais uma dezena de vítimas de estupro pelo cozinheiro, acusado também da morte de Genir Pereira de Sousa, de 47 anos.
Letícia foi abordada por Marinésio em uma parada de ônibus. Ela ia para o trabalho, na Esplanada dos Ministérios, quando decidiu entrar no carro do homem, que se identificou como motorista de transporte pirata.
Após a prisão dele, a polícia passou a investigar outros crimes que teriam sido cometidos no DF também dentro da caminhonete prata que ele utilizava. Entre eles:
- Feminicídio de Genir Pereira de Sousa, de 47 anos: ela desapareceu em 2 de junho e o corpo foi encontrado 10 dias depois. Caso ainda não julgado.
- Abuso sexual contra duas irmãs, de 18 e 21 anos: elas usaram uma panela de ferro para conseguir fugir do carro. Em outubro de 2020, a Justiça do Distrito Federal condenou o cozinheiro a um ano de reclusão pelo crime de importunação sexual.
Cerrado News/G1