Mercado da beleza e os perigos para nossas meninas
“incontáveis imagens de mulheres perfeitas, corrigidas na plástica e no photoshop nos fazem sentir erradas, estragadas. Necessitadas de correção. A insatisfação com a nossa própria aparência não é uma coincidência percebida na roda de amigas”. Afirma a psicóloga
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que por ano mais de 1 milhão de pessoas se suicidam no mundo. Impressionante este número, não é mesmo?! No Brasil, anualmente há um registro de 13 mil casos.
É muito comum vermos cada vez mais jovens preocupados com a aparência, com status e com a necessidade de mostrar uma vida feliz e estável nas redes sociais. A procura por um corpo e rosto perfeitos acabam sendo metas de vida nos dias de hoje.
Quantas pessoas do seu convívio que você já ouviu dizer: “quero ser magra”, “queria um nariz igual da atriz”, “quero emagrecer”, “queria meu cabelo assim”, e vários outros discursos como esses no dia a dia?! Enfrentando momentos difíceis, sozinhos, e não percebemos.
“A estética, desde seu início, tem a proposta de levar bem-estar para a vida das pessoas, e alcançar a autoestima dentro de cada um. Mas o capitalismo e o desejo das empresas de vender, trazem padrões e pressão em cima de várias mulheres, o que traz inúmeros transtornos, como a bulimia, transtornos alimentares, insônia, ansiedade, distorção de imagem e até o suicídio” afirma a psicóloga Ana Paula.
Grande parte da população não sabe lidar com a pressão estética que temos, e buscam se tornar o padrão que veem na tv e redes sociais, “incontáveis imagens de mulheres perfeitas, corrigidas na plástica e no photoshop nos fazem sentir. Erradas. Estragadas. Necessitadas de correção. A insatisfação com a nossa própria aparência não é uma infeliz coincidência percebida na roda de amigas”. Conta a psicóloga.
E em sua grande maioria das mulheres que começam a realizar procedimentos estéticos não para no primeiro “As mulheres acham que quando “arrumarem o que está incomodando vão se sentir melhores, e quando isso não ocorre buscam outros “defeitos” para modificar e não param mais, sem procurar uma ajuda psicológica” Lamenta a psicóloga
O Brasil é líder mundial no ranking de cirurgias plásticas em jovens. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), dos quase 1,5 milhão de procedimentos estéticos feitos em 2016, 97 mil (6,6%) foram realizados em pessoas com até 18 anos de idade. Entre as justificativas para o quadro está a insatisfação com a própria imagem.
Isadora Maria de apenas 18 anos diz que não gosta de grande parte de si “Eu quero colocar silicone, fazer uma rinoplastia e outros procedimentos estéticos, não me sinto bonita, faço algumas dietas que vejo as blogueiras indicando, mas acho que o corpo perfeito só vou conseguir quando puder fazer alguns procedimentos”
A psicóloga explica que a nós temos a tendência de seguir pessoas que estão fora do nosso normal, o que nós traz insatisfação e os diversos problemas “Nós seguimos pessoas, que estão fora da nossa realidade que não nos representa e isso traz instabilidade, medo por não sermos iguais” e completa “Nós temos que seguir pessoas reais, pessoas que pareçam com a gente, não é errado realizar cirurgias, mas tudo deve ser acompanhado por um especialista e por um psicólogo, antes de tudo se pergunte “eu quero mudar isso por que preciso e quero ou é pelos outros?”
Se veja melhor:
- Se olhe no espelho, veja cada parte sua, e entenda que cada pedaço tem uma luta e história.
- Não use tantos filtros, aceite seus olhos, nariz e boca. Você é única!!
- Pratique exercícios, uma boa alimentação, cuide do seu corpo.
- Siga pessoas que sejam reais, parecidas com você.
- Peça ajuda de alguém de confiança, disque 188!!!
Cerrado News/ G1